De origem grega, o termo tectónica deriva de Tekton, que significa carpinteiro ou construtor. O termo Tectónica foi amplamente discutido devido ao interesse que despertou na Alemanha arquitetónica neoclássica do início do século XIX e ao esforço de melhor compreender a arquitetura grega. Nos últimos 200 anos temos assistido a uma evolução e mesmo a uma contradição no entendimento da sua definição.

Na arquitetura, a palavra tectónica tem sido associada aos conceitos de estrutura e solidez, a sua abordagem procura realçar a relação entre a construção e a morfologia da arquitetura. A tectónica preocupa-se com a utilização e compreensão adequadas dos materiais, explora as capacidades que os elementos construtivos conferem ao projeto para criar uma arquitetura de grande honestidade, sem sistemas de encenação sobre a realidade da sua construção e carga. A poesia e a psicologia arquitetónica podem, de certa forma, criar a ilusão de leveza, mas sempre apoiadas na capacidade de desenhar arquitetonicamente e no domínio do desenho arquitetónico. A poesia e a psicologia arquitetónica podem, de certa forma, criar a ilusão de leveza, mas sempre apoiadas na capacidade de desenho arquitetónico e no domínio da construção, sem artifícios mas com a beleza que é fruto da verdade.

Esta exposição procura compreender, com a ajuda do trabalho dos artistas, esta noção que tem sido debatida ao longo dos tempos, para ver em fotografia, vídeo ou modelos de estúdio como a tectónica dos projectos é moldada e expressa, na sua construção, na sua relação com a paisagem, com o ambiente, no trabalho da sua estrutura com as forças que tornam possível a sua existência no espaço.

Em consonância com a missão da edição 2024 do PHotoEspaña, que procura despertar a consciência crítica para o verdadeiro alcance expressivo e social da fotografia, esta exposição de trabalhos de fotógrafos, artistas e arquitectos propõe essa mesma reflexão, utilizando em seu proveito um conceito de arquitetura e construção que tem levado filósofos, teóricos e críticos a indagar sobre a capacidade de ver sem artifícios.

Verónica de Mello
Comissário