O trabalho de Ariamna Contino baseia-se na técnica ritualista e extremamente meticulosa do "papel a céu aberto". O seu procedimento, cujas origens se encontram na tradição da gravura, contrasta com os temas que aborda: estes estão relacionados com fenómenos controversos e paradigmáticos que se situam na densa teia da realidade sócio-política do mundo contemporâneo. É seduzida pelo desejo de investigar conflitos e questões tangenciais às narrativas atualmente defendidas pelos Estados contemporâneos nas suas auto-concepções. A partir da análise de estatísticas e dados de todo o tipo, desenvolve investigações exigentes que geralmente aborda numa perspetiva transdisciplinar: química, física quântica, antropologia, sociologia, tecnologia dos materiais, biologia, história, geopolítica, história da arte, linguística, entre outros campos de conhecimento enciclopédico. No seu imaginário podemos identificar como temas centrais a "narco-estética", o tráfico ilegal de substâncias, bens e pessoas, as economias submarinas da América Latina, o comércio de informação classificada, entre outros. Recentemente, tem abordado as zonas intersticiais entre o mundo natural e a cultura contemporânea. A partir daí, aventura-se em abordagens acutilantes da identidade nacional.

Participou na Bienal de Veneza e na Bienal de Havana. O seu trabalho tem sido apresentado em instituições e museus como o Museo Nacional de Bellas Artes (MNBA), Cuba; o Museum of Concrete Art, Ingolstadt, Alemanha; e o Museum of the Americas (EUA). A isto junta-se um vasto leque de exposições individuais e colectivas, tais como: Adquisiciones 2019-2020 (MNBA, Havana, Cuba); Deriva (Galería Habana, Havana, Cuba); Nada personal (MNBA, Havana, Cuba); Diagramas pintados. Bauhaus, arte e infografia (Museum für Konkrete Kunst em Ingolstadt, Alemanha); Requiem for a failed state end (Contemporary Art Center, Alemanha); The Cuban Matrix (Torrance Art Museum, EUA); Co-lectiva (Centro Cultural Montecarmelo, Chile). A sua obra faz parte de importantes colecções institucionais, como o Pérez Art Museum (PAMM), Miami; a Gilbert Brownstone Foundation, Wisconsin; o Museo Nacional de Bellas Artes, Havana; e a Ella Cisneros Collection, Miami.